DICAS PARA COLETA EM AULA DE CAMPO
EXCURSÃO: planejando e realizando trabalho de campo em ciências1
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, o ensino de ciências deve organizar-se de tal forma que, os alunos tenham oportunidade de desenvolver capacidades de formular questões, diagnosticar problemas reais e propor alternativas de solução para os mesmos, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes adequados e pertinentes às aprendizagens futuras.
Numa escala crescente no processo de aprendizagem, o aluno deve ir da construção de repertórios simples de imagens, fatos e noções até o estabelecimento de conceitos científicos ao final dos estudos, no ensino médio.
Assim, cabe ao professor preocupar-se com metodologias, recursos e estratégias que, articulados com as atividades de sala de aula, tornem possíveis a investigação, a comunicação e o debate em classe, envolvendo conteúdos de ciências.
Trabalho de campo, aula de campo ou excursão é uma dessas estratégicas que permitem explorar áreas de preservação ou de conservação como o pátio da escola, a praça da comunidade, terrenos baldios, trilhas, dentre outras. Com isso, o estudante tem oportunidade de desenvolver habilidades e atitudes fundamentais para educação científica. Segundo Morais e Ramos, observa-se:
HABILIDADES ATITUDES
. Observar . Ser participativo
. Descrever . Ser disciplinado
. Ordenar . Ser organizado
. Classificar . Ser interessado
. Comunicar . Ser cooperativo
. Medir . Ser responsável
. Calcular . Ser objetivo
. Relacionar variáveis . Ser criativo
. Consultar bibliografias
. Analisar dados
. Preparar relatórios
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1Texto adaptado de Benedita Benício Valadares, Excursão: planejando e realizando trabalho de campo em ciências, Revista do Professor, Porto Alegre, 21 (84): 15-19, out/dez. 2005.
A excursão deve ter sempre um propósito educativo e oferecer condições para que se exercitem a observação e a experimentação como procedimentos básicos na aprendizagem de Ciências.
Para Berman, o que o homem observa influi nas decisões que toma, nas pessoas a quem preza, nos valores que formula, nas idéias que comunica e nos conhecimentos que considera mais valiosos.
Na excursão devidamente planejada, inúmeras são as oportunidades para exercitar a observação direta da realidade, que pode e deve ser completada com a observação indireta feita por meio do uso de fotografias, gravuras, filmes, vídeos e outros.
Conforme os PCN, a experimentação permite provocar, controlar e prever transformações e deve garantir espaço para reflexão, desenvolvimento e construção de idéias. Experimentar significa aprender por descoberta que, segundo Moraes e Ramos, é adquirir conhecimentos pelo uso da própria mente; é aprender envolvendo-se ativamente no processo de aquisição do conhecimento; é participar da construção do próprio conhecimento.
O êxito do estudo de campo depende de vários fatores:
a) que o professor conheça a fundo o objeto da excursão;
b) que os resultados sejam partilhados com outras classes e a comunidade local.
Para se decidir pela excursão como recurso a ser utilizado em aula de Ciências, convém que o professor considere:
1. A excursão é o recurso mais adequado para alcançar o objetivo a que se propôs?
2. A atividade é apropriada para a faixa etária dos alunos envolvidos?
3. Há materiais disponíveis para consulta e utilização?
4. As condições físicas e climáticas são favoráveis ao evento?
5. As atividades subseqüentes são proveitosas?
6. A excursão fortalece as relações entre a escola e a comunidade?
PREPARANDO A EXCURSÃO
a) identifique e examine previamente o local;
b) marque a data e o horário para realização do evento;
c) discuta que tipo de dados serão coletados e a forma como fazê-lo;
d) selecione as referências que serão consultadas e os materiais e ferramentas a serem utilizados;
e) organize a classe em grupos de trabalho, defina funções e distribua tarefas;
f) realize leituras informativas sobre o objeto da excursão;
g) defina as normas de comportamento que deverão ser observadas durante a excursão;
h) entregue um resumo dos planos específicos de todos os grupos a cada representante dos grupo.
REALIZANDO A EXCURSÃO
ATIVIDADE A – DELIMITAÇÃO E MEDIÇÃO DE ÁREA
(Tarefa coletiva do grande grupo)
Material: mapa do local da atividade, estacas, corda, caderno e lápis.
Procedimentos:
- Demarque o espaço necessário para a atividade de coleta – use o mapa, as estacas e a corda;
- Conte as árvores jovens e velhas e os arbustos que estão dentro da área delimitada;
- Identifique a figura geométrica representada na área demarcada;
- Meça os lados da figura e calcule o perímetro e a área da mesma;
- Desenhe, em tamanho reduzido, a figura no caderno;
- Registre as medidas originais;
- Calcule o perímetro e a área do espaço demarcado.
ATIVIDADE B – COLETA DE PLANTAS
(Tarefa de pequenos grupos)
Material: sacos plásticos, tesoura de poda, estilete ou faca, caderno e lápis, etiquetas auto-colantes.
Procedimentos:
Colete:
- O ramo inteiro de cada espécime em que se possa observar a disposição das várias folhas desse ramo, trazendo-a dentro de saco plástico fechado e etiquetado contendo dados do local, data e coletor;
- O maior número de variedades possível;
- Espécimes que estejam completas, inteiras, sem furos ou falhas...;
- Espécimes que não ultrapasse o tamanho A4;
- No mínimo três exemplares de cada espécime de vegetal.
ATIVIDADE C – PREPARAÇÃO DAS EXSICATAS
(Tarefa de pequenos grupos)
Material:
ð 04 armações de madeira 40cmx30cm (tamanho A3) com tiras de madeira entrelaçadas, unidas por pregos, para prensar o material vegetal (prensa para exsicatas)
ð 20 folhas duplas de jornal
ð barbante ou tiras de pneus
ð tesoura de poda ou estilete, faca
ð 04 pedaços de papelão grosso (tirado de caixas) do tamanho das armações
Procedimentos:
1.Selecione espécimes de folhas completas e do tamanho de uma folha de papel A4;
2. Coloque sobre uma das armações, um pedaço de papelão grosso e sobre este uma folha dupla de jornal dobrada no tamanho A4;
3. Acrescente, sobre a folha de jornal um espécime de folha vegetal, torcendo uma parte do ramo de tal maneira que se possa visualizar o verso do espécime vegetal;
4. Sobre o espécime de folha vegetal coloque uma folha dupla de jornal dobrada e sobre esta coloque acrescente um outro espécime de folha vegetal, torcendo uma parte do ramo de tal maneira que se possa visualizar o verso do espécime;
5. Repita a operação do item quatro até o oitavo espécime de folha vegetal;
6. Sobre o último espécime de folha acrescente uma folha dupla de jornal dobrada, um pedaço de papelão grosso e coloque uma grade;
7. Repita as operações dos itens acima e faça a prensagem de mais sete espécimes de plantas, totalizando quinze espécimes;
8. Prense bem e amarre com barbante ou com as tiras de pneus e coloque ao sol para acelerar a secagem;
9. Troque as folhas de jornal sempre que necessário;
10. Aguarde por aproximadamente vinte dias.
ATIVIDADE D – COLETA DE ANIMAIS
(Tarefa de pequenos grupos)
Material necessário para insetário e coleção de pequenos animais:
Frascos com líquidos conservantes:
ð Vidro com formol 10% - animais vertebrados com víceras
ð Vidro com formol 5% - animais invertebrados
ð Vidro com álcool etílico 70% - artrópodes, aracnídeos, insetos
ð Vidro letal com líquido tóxico para inseto vivo
ð Vidros vazios
ð Pinça de ponta fina para coleta de insetos
ð Caderno, lápis e etiquetas adesivas
Procedimentos:
- Examine o local demarcado minuciosamente e verifique que tipos de animais são ali encontrados;
- Descreva suas características e anote observações;
- Coloque os animais vivos selecionados em recipiente adequado para sua sobrevivência;
- Coloque espécimes de animais mortos em recipientes individuais adequados.
ATIVIDADE E – COLETA DE SOLO
(Tarefa de pequenos grupos)
Material: sacos, etiquetas adesivas, pás de pequeno porte, caderno e lápis.
Procedimentos:
- Recolha, com auxílio de uma pá, pequenas porções de solo de aspectos variados;
- Examine a terra recolhida;
- Reconheça o tipo de solo;
- Registre as observações;
- Coloque, em sacos separados e identificados por etiquetas, as amostras de solo recolhidas.
ATIVIDADE F – COLETA DE PLANTAS PARA TERRÁRIO
(Tarefa de pequenos grupos)
Material: sacos, etiquetas adesivas, pás de pequeno porte, caderno e lápis, manual de plantas para identificação das amostras.
Procedimentos:
- Recolha, com auxílio de uma pá, pequenas amostras de plantas adequadas a terrários;
- Examine e compare as amostras com as existentes no manual;
- Reconheça e registre as observações;
- Coloque, em sacos separados e identificados por etiquetas, as amostras de plantas recolhidas.
Um comentário:
ótimas dicas, vou aplicar nos meus estudos no colegio zona norte SP, me ajudou bastante, muito obrigada
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